terça-feira, 29 de novembro de 2016

História / Lenda de Pombo Gira Maria Mulambo


História / Lenda: Pombo-Gira Maria Mulambo

     A Pombo Gira Maria Mulambo apresenta-se quase sempre muito bela, feminina, amável, deslumbrante, sedutora. Ela gosta das bebidas suaves como: Vinhos doces, licores, cidra, champanhe, anis, etc. Pombo Gira Maria Mulambo gosta também: cigarros e cigarrilhas de boa qualidade, assim como também lhe atrai o luxo, o brilho e o destaque. Usa sempre muitos colares, anéis, brincos, pulseiras, etc.

     Conta-se que a história de Maria Mulambo que essa Pombo Gira nasceu em berço de ouro, cercada de luxo. Seus pai e mãe não eram Reis, mas faziam parte da corte no pequeno reinado. Maria Mulambo cresceu sempre bonita e delicada. Com seus trejeitos, sempre foi chamada de princesinha, mas não era. Maria Mulambo aos seus 15 anos, foi pedida em casamento pelo rei, para casar-se com seu filho de 40 anos. 
     Foi um casamento sem amor, apenas para que as famílias se unissem e a fortuna aumentasse. Os anos se passavam e Maria Mulambo não engravidava. O reino precisava de um outro sucessor ao trono. Maria amargava a dor, além de manter um casamento sem amor, ser chamada de árvore que não dá frutos; e nesta época, toda mulher que não tinha filhos era tida como amaldiçoada.
     Parcialmente a isso tudo, a nossa Maria Mulambo era uma mulher que praticava a caridade, indo ela mesma aos povoados pobres do reino, ajudar aos doentes e mais necessitados. 
     Nessas suas idas aos locais mais pobres, conheceu um jovem, apenas dois anos mais velho que ela, que havia ficado viúvo e tinha três filhos pequenos, dos quais cuidava como todo amor. Foi amor à primeira vista, de ambas as partes, só que nenhum dos dois tinha coragem de aceitar esse amor. O rei morreu, o príncipe foi coroado e Maria Mulambo declarada rainha daquele pequeno país.
     Todo o povo adorava Maria Mulambo, mas alguns a viam com olhar de inveja e criticavam Maria Mulambo por não poder engravidar. No dia da coroação os pobres súditos não tinham o que oferecer a Maria Mulambo, que era tão bondosa com eles. Então fizeram um tapete de flores para que Maria passasse por cima. A nossa Maria se emocionou; seu marido, o rei, morreu de inveja e ao chegar ao castelo trancou Maria no quarto e deu-lhe a primeira das inúmeras surras que ele lhe aplicaria.
     Bastava ele beber um pouquinho e Maria Mulambo sofria com suas agressões verbais, tapas, socos e pontapés. Mesmo machucada, nossa Maria não parou de ir aos povoados pobres praticar a caridade. Num destes dias, o amado de Maria, ao vê-la com tantas marcas, resolveu declarar seu amor e propôs que fugissem, para viverem realmente seu grande amor. Combinaram tudo. Os pais do rapaz tomariam conta de seus filhos até que a situação se acalmasse e ele pudesse reconstruir a família. Maria fugiu com seu amor apenas com a roupa do corpo, deixando ouro e jóias para trás.
     O rei no princípio mandou procurá-la, mas, como não a encontrou, desistiu. Maria Mulambo agora não se vestia com luxo e riquezas,agora vestia roupas humildes que, de tão surradas, pareciam mulambos; só que ela era feliz. E engravidou. A notícia correu todo país e chegou aos ouvidos do rei.
     O rei se desesperou em saber que ele é que era uma árvore que não dá frutos. A loucura tomou conta dele ao saber que era estéril e, como rei, ele achava que isso não podia acontecer. Ele tinha que limpar seu nome e sua honra. Mandou seus guardas prenderem Maria, que de rainha passou a ser chamada de Maria Mulambo, não como deboche mas, sim, pelo fato de ela agora pertencer ao povo.
     Ordenou aos guardas que amarrassem duas pedras aos pés de Maria e que a jogassem na parte mais funda do rio. O povo não soube, somente os guardas; só que 7 dias após esse crime, às margens do rio, no local onde Maria foi morta, começaram a nascer flores que nunca ali haviam nascido. os peixes do rio somente eram pescados naquele local, onde só faltavam pular fora d’água. Seu amado desconfiou e mergulhou no rio, procurando o corpo de Maria Mulambo; e o encontrou.
     Mesmo depois de estar tantos dias mergulhado na água, o corpo estava intacto; parecia que ia voltar à vida. os mulambos com que Maria Mulambo foi jogada ao rio sumiram. Sua roupa era de rainha. Jóias cobriam seu corpo. 
     Velaram seu corpo inerte e, como era de costume, fizeram uma cerimonia digna de uma rainha e cremaram seu corpo. O rei enlouqueceu. Seu amado nunca mais se casou, cultuando-a por toda a vida, à espera de poder encontrá-la de novo. 
     À espera de poder reencontrar sua Maria. No dia em que ele morreu e reencontrou Maria Mulambo, o céu se fez do azul mais límpido e teve início a primavera.

Assim termina a Lenda de Maria Mulambo um Pombo Gira muito reverenciada.

Fonte:  http://www.juntosnocandomble.com.br/2009/09/pomba-gira-maria-mulambo.html


Maria Mulambo do Cemitério


Maria Mulambo do Cemitério

     É uma guardiã linda, faceira, brincalhona e jovem. Sempre disposta a ajudar aqueles que a procuram e precisam. Adora beber, fumar e conversar. Contudo, ela sabe a hora de falar sério. Nunca prometa a ela o que você não poderá cumprir; se você desdenhar do que ela pede ou achar pouco, ela não lhe ajudará.
     Dizem que o amor de sua vida é o exu Veludo, sempre dançando com ele quando há uma oportunidade.
MARIA MULAMBO é mulambo só no nome; claro que nada foi em vão, passou por muitas provações quando encarnada, por isso o nome que tem. Algumas pessoas defendem a ideia de que em uma das encarnações de MARIA MULAMBO DA PORTA DO CEMITÉRIO ela teria sido a BRUXA EVÓRA; por isso um de seus nomes é POMBAGIRA BRUXA ÉVORA.
     Gosta do luxo, mas de maneira moderada. Sua cor preferida, para suas roupas, é roxa. Gosta um pouco do vermelho, somente se este vier junto do preto.
     Quem trabalha com MARIA MULAMBO DA PORTA DO CEMITÉRIO, diz que é fácil agradá-la, principalmente se o agrado for feito de coração e com simpatia.
     POMBA GIRA BRUXA ÉVORA obedece a todas yabás (Orixás femininos). Uma entidade pouco conhecida e que tem muitos mistérios à sua volta. Quase não se ouve falar nela. Trabalha com todo tipo de magia e encantamentos para todos os fins. Apresenta-se como quer – hora uma senhora, hora uma dama, hora uma moça bonita e faceira... Por trabalhar para todas as yabás não tem um estereótipo muito definido. Gosta de champanhe e cigarrilhas.
     Esta guardiã pertence ao Povo da Lomba da Calunga, o qual faz parte do Reino da Calunga Pequena (Cemitério): governado pelo exu Rei das Sete Calungas ou Calungas e Pombagira Rainha das Sete Calungas. Esses exus também são chamados pelo nome de Rei e Rainha dos Cemitérios. Geralmente quando se diz "calunga" nas giras de Quimbanda é para nomear ao cemitério. Trabalham neste reino todos os exus que moram dentro dos cemitérios. – O Povo da Lomba da Calunga é chefiado pelo exu Corcunda.
     OBS: Lomba é a porta do cemitério. Exus que trabalham neste local estão ligados à energia do Orixá Omolú e do exu Omolú, guardião das portas dos cemitérios. Os cemitérios físicos podem não possuir ladeiras ou lugares altos, porém a visão das entidades é outra; a Lomba é um ponto, uma elevação de força astral da Calunga.
     Como toda pomba gira do Calunga, suas oferendas devem ser feitas, preferencialmente, no Cemitério. Neste caso, podem ser arridas na porta – local de entrada. 

“Sou uma pomba gira que vem DA LOMBA DO CEMITÉRIO para trabalhar. Não dou chances para os inimigos, pois carrego uma boa vassoura mágica, que varre o mal e limpa os caminhos para vir o bem... Por carregar sempre em minhas mãos uma vassoura, sou uma bruxa também, cujo nome é BRUXA DE ÉVORA, a qual trabalha juntamente com a Bruxa de Évora das trevas...”.

♪  Mulambo, sua vassoura tem feitiço
Mulambo, seu feitiço é um mistério
Mora na porta da Lomba e gira no Cemitério...
O lixo pra vocês é uma pobreza
O lixo pra ela é uma riqueza
Quem quiser lhe encontrar
Vá no lixo com a vela acesa...
♫ QUANDO PASSAR NA PORTA DO CEMITÉRIO MOÇO
Ô NÃO ESQUEÇA DE OLHAR PRA TRÁS
VOCÊ VAI VER UMA MOÇA DE PRETO MOÇO
ELA É MARIA, MARIA, MARIÁ
ELA É MARIA, MARIA, MARIÁ
ELA É MARIA, MARIA MULAMBO MARIÁ.
♪ Quem mora na porta da Lomba
É a pomba gira Mulambê
Exu que mora na porta da Lomba
É a pomba gira Mulambê
Peça licença a exu Olodé
Viemos coroar pomba gira Mulambê
♫ Quem mora na ponta da Lomba,
É a pomba-gira Mulambê,
Ô da licença Obaluaiê,
Queremos coroar pomba-gira Mulambê
Olha a Mulambê, Mulambê
Olha a Mulambê, Mulambê





Fonte:  http://umbandacandombleespiritismo.blogspot.com.br/2016/04/maria-mulambo-do-cemiterio.html